A família Caribé
Na Bahia não há como falar em karatê sem falar em ASKABA e na família Caribé. A partir do momento em que Denilson se empenhou na luta para engrandecer e divulgar o karatê baiano, sua família não ficou apática ao seu dinamismo, partindo dela seu maior incentivo para que ele alcançasse esse objetivo. Da família composta de 12 irmãos – nove homens e três mulheres – cinco dedicaram-se ao karatê e atingiram a faixa preta e conseguiram levar o nome do Karatê da Bahia ao Brasil e ao Exterior e até hoje esse nome é lembrado com respeito por grandes mestres que tiveram oportunidade de conviver com eles em eventos nacionais e internacionais. São eles Denilson, Dorival, Dalmar, Djalma e Décio, este último o atual Diretor Técnico da ASKABA.
DENILSON
Nasceu no dia 15 de fevereiro de 1940 no Município de Santo Amaro, Bahia. Aos 21 anos conheceu em Salvador o jovem japonês Eisuke Oishi que viera sozinho ao Brasil por motivos particulares. Já tendo praticado outros estilos de luta como capoeira e jiu-jitsu, Denilson ansiava por conhecer o karatê, já que muito se falava nas boas condições de defesa e auto confiança que ele proporcionava. Daí então começou a treinar, tendo Oishi como seu primeiro professor, além de tornarem-se amigos. Tempos depois, foi à São Paulo para dedicar-se a treinamentos intensivos e prestar exames, onde foi apresentado ao professor Tanaka, que ensinava karatê estilo shotokan no Rio de Janeiro. Sempre que tinha oportunidade viajava ao Rio para fazer estágios e aperfeiçoar suas técnicas. Quando tomava conhecimento da chegada de algum novo mestre japonês, corria ao seu encontro em qualquer cidade, para com ele adquirir novos conhecimentos.
Em suas atividades esportivas, Denilson foi fundador da Federação Bahiana de Karatê e instrutor chefe na Bahia da Nihon Karatê Kiokai. Teve sua promoção para quarto Dan no dia 2 de junho de 1978, examinado pelos mestres Yasutaka Tanaka e Masahiko Tanaka. Além do esporte, Denilson dedicou-se à pecuária, cafeicultura e foi diretor de uma empresa de transportes, pois desde quando começou a treinar não tinha pretensões de tornar-se mestre. Em todos os setores de sua vida, Denilson era conceituado como um homem de qualidades excelentes: humildade, inteligência, coragem, boa educação bom caráter e sobretudo um homem dotado de elevado espírito de liderança. Denilson desapareceu tragicamente em decorrência de um acidente automobilístico, no dia 23 de outubro de 1985. Foi homenageado post mortem pela Confederação Brasileira de Karatê com o título de "Patrono do Karatê Brasileiro", em reconhecimento ao importante trabalho por ele desenvolvido.
DORIVAL
Teve muitas participações nos campeonatos de Karatê realizados no Brasil, destacando-se em todos eles, assim como nos internacionais, tendo participado do Campeonato Mundial realizado em 1977 no Japão. É o atleta de maior experiência em competições internacionais, já tendo disputado o I e II campeonatos Panamericanos no Rio e em Lima, além dos I e II Mundiais em Paris e Tóquio.
Dorival é também um atleta que nunca conheceu o sabor da derrota em campeonatos internos.
DALMAR
Começou seus treinamentos em 1967 e, confirmando a garra dos Caribé, participou de inúmeros campeonatos sempre destacando-se com brilhantismo e colecionando títulos de campeão e vice campeão. Fez parte da equipe do professor Nasahiko Tanaka em 1975 no XXVII Campeonato Japonês de Karatê, e participou nesse mesmo ano, do curso especial para instrutores profissionais ministrado pela Nihon Karate Kyokai, no Japão.
DÉCIO
Ainda criança começou os seus treinamentos de Karatê na cidade de Feira de Santana, transferindo-se em seguida para Salvador onde destacou-se em competições regionais e nacionais. Difundiu essa arte durante muitos anos na cidade de Vitória da Conquista e atualmente é o responsável pelo futuro do Karatê ministrado na Associação de Karatê da Bahia - ASKABA, onde dá continuidade ao trabalho iniciado por Denilson.
DJALMA
A exemplo dos irmãos, também teve atuação bastante destacada pelo desempenho de sua apurada técnica. Começou a treinar aos 11 anos de idade e com 20 anos foi o mais novo faixa preta do Brasil. Sobressaiu-se principalmente participando em 1978 do II Campeonato Panamericano realizado em Montreal - Canadá, onde, além da medalha de ouro por equipe, ganhou a medalha de prata como vice campeão individual em luta e a medalha de bronze pelo terceiro lugar em katá, títulos estes conquistados em sua primeira experiência em competições internacionais. Em 1997 Djalma trouxe para a Bahia o título de Campeão Brasileiro da categoria Master na modalidade de kumitê individual em Campeonato realizado no Rio de Janeiro.
A NOVA GERAÇÃO
Pelo visto, a relação do karatê com a família Caribé perdurará, haja vista que uma nova geração já começa a destacar-se no cenário regional e nacional. Por exemplo, Denilson Caribé de Castro Filho, portador da faixa preta, participa da administração da ASKABA. Hudson de Almeida Castro, filho do irmão mais velho da família, é responsável pela difusão do karatê na cidade de Vitória da Conquista e portador de vários títulos. Por outro lado, estão atuando na difusão do karatê da ASKABA, os atletas Décio Caribé de Castro Júnior e Djalma Caribé de Castro Filho.
Robson José Silva de Castro, Alberto Ribeiro Gusmão Neto, Danilo Caribé Gorayeb, Eric Ferreira de Castro, Murilo Martins Caribé Castro, Paulo César de Castro Brandão, Raoni Couto Caribé de Castro, Rebeca Géter de Castro Viana e Robson José Silva de Castro Filho, são outros membros da família Caribé de Castro que não deixaram de seguir os passos dos tios.